05 de Maio de 2021

Webinar Thinking Football: “Internacionalização do Futebol Português” (PARTE 2)

 

Evolução internacional do Futebol português em análise


No mesmo dia, 5 de maio, realizou-se um outro webinar, subordinado ao tema “Internacionalização do Futebol Português” e juntou o Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, a Miguel Farinha, partner da EY, Tiago Madureira, Diretor Executivo da Liga Portugal, Fernando Seara, advogado e profundo conhecedor do fenómeno futebolístico, e Nuno Botelho, Presidente da Associação Comercial do Porto e Diretor do famoso certame Essência do Vinho.

Neste painel, também moderado por Sérgio Krithinas, Diretor Adjunto do Jornal Record, falou-se das oportunidades de negócio além-fronteiras para um Futebol português onde não falta Talento, mas que também é seguido, cada vez mais, no estrangeiro, pelos jogadores que atuam no Futebol Profissional. Este é um caminho que deve ser ainda mais aproveitado, segundo os intervenientes.


INTERNACIONALIZAÇÃO DO FUTEBOL PORTUGUÊS


Tiago Madureira, Diretor Executivo da Liga Portugal

“O tema da internacionalização tem, desde logo, muita complexidade, mas vou tentar sintetizar aqui algumas ideias. Isto foi definido como um dos cinco eixos estratégicos fundamentais do mandato do Presidente Pedro Proença, mesmo sabendo que havia, à partida, uma falta de capacidade e de ferramentas para executar de uma forma simples. Sendo que não conseguimos controlar o próprio jogo. Nós devemos, sim, exportar algum talento, mas sermos também capazes de trazer algum talento emergente e valorizá-lo cá.”

“Temos uma seleção campeã da Europa, jogadores reconhecidos, de forma recorrente o melhor jogador e o melhor treinador do mundo. Duvido que haja atividades com este nível de notoriedade no nosso país. Ainda assim, temos uma Liga que está desajustada àquela que é a dimensão do futebol português no Mundo. Aquilo que vemos é outras ligas com capacidades de captar receitas para lá dos seus mercados naturais. E a assimetria das Big-5 para todas as outras é crescente e compromete a capacidade competitiva dos nossos clubes e a sustentabilidade da nossa atividade.”


Miguel Farinha, partner da EY

“Em Portugal há um mercado de 10 milhões de pessoas, o crescimento tem de passar pela internacionalização. A Liga tem esse plano bem definido. É preciso ir buscar novos mercados, novos públicos se queremos aumentar as receitas. Olhando para os outos mercados na Europa há uma sobre-exploração do mercado internacional por parte do futebol português.”

“A liga Francesa não conseguiu melhorar as condições dos contratos audiovisuais. Mas como referi há uma sobre-exploração dos direitos internacionais. Em Portugal, também não me parece que haja margem de crescimento nacional, mas internacionalmente sim. Em Portugal não há uma centralização dos direitos televisivos. Há clubes a vender os seus jogos. E é preciso trabalhar sobre o total dos direitos televisivos.”

“A internacionalização é um passo fundamental para o Futebol em Portugal, e é um passo que a Liga identificou claramente no seu plano estratégico para este mandato, para o período 2019-23.”


Fernando Seara, Advogado e Professor Universitário


“Acho que o tema da internacionalização da Liga é sempre presente e pertinente. Os próximos três anos vão ser decisivos, a todos os níveis. Será fundamental haver uma unidade estratégica para a internacionalização, que se deve pautar por uma forte unicidade empresarial. Isto significa criar e efetivar a entidade que vai gerir a centralização dos direitos televisivos, onde a Liga Portugal terá de ter um peso importante, naturalmente. Nesse sentido, a internacionalização deverá assentar em pressupostos fundamentais, como a atratividade, a autenticidade do espetáculo, e a potenciação de referências.”

“Quando falo de referências, estas podem ser externas ao Futebol português, como por exemplo a busca do adepto iraniano apaixonado pelo Taremi, ou referências internas, como a recentemente noticiada “Bazuca Ronaldo”.

“Como já mencionei, será também fundamental a unicidade empresarial para que a Liga e as competições da Liga sejam vendidas de uma forma comum a todos os envolvidos, mesmo que algumas Sociedades não gostem ou não estejam de acordo. É preciso não esquecer que a pandemia mudou tudo, e criou um sentimento de angústia em todos, pelo que entendo que a centralização será fundamental para exportar e melhorar o nosso o produto, até porque não pode ser uma entidade comum a assegurar a sua revenda. Nessa matéria, temos de ter a capacidade de concretizar estas referências externas e internas.”

“Os clubes portugueses, de uma vez por todas, têm de pensar em conjunto. Sem unidade estratégica e unicidade empresarial, a internacionalização do Futebol português pode estar comprometida”.


Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado da Internacionalização

“Nós temos um produto que tem qualidade. Nós temos bons vinhos, trabalhamos melhor a cortiça que no passado, e temos um bom produto futebolístico. O país precisa de internacionalizar-se. Somos um pequeno mercado doméstico que produz. Não podemos só vender fora e não comprar. Com o valor da dívida que o país tem, precisamos de ir buscar dinheiro fora. A economia e a sociedade portuguesa têm de se abrir e trocar com o mundo, para melhorar a qualidade de vida cá.”

“O Futebol Português é um produto reconhecido a nível mundial, provavelmente o mais conhecido do mundo. Não há melhor quebra-gelo para reuniões que o tema Cristiano Ronaldo. Não há membro de um qualquer governo de outro país que não se dirija a mim e diga: “o Sr. é do país do Cristiano Ronaldo”. E não é só o Ronaldo, temos grandes jogadores em grandes equipas, de grandes equipas europeias. Assim como treinadores. E uma seleção que é Top10, e penso até Top5 do mundo. Temos uma formação bastante desenvolvida e temos uma liga bastante competitiva. Eu não sou mais que um razoável treinador de bancada, mas acho que temos uma liga competitiva. Mas para vendermos melhor, não há grande alternativa e temos de ser capazes de chegar a outros canais de distribuição, numa primeira instância os direitos televisivos.”

“Temos grandes jogadores e tivemos grandes jogadores, que continuam a ser grandes embaixadores dos clubes que representaram. E temos mercados, não me interpretem mal, mas que são mercados “naturais”. Desde logo de falantes de língua portuguesa, de emigrantes e luso-descendentes espalhados pelo Mundo e que eles próprios são consumidores do futebol português. E depois dos direitos televisivos, temos também os produtos extra que podem ser transacionados internacionalmente. O futebol é, sem dúvida, um mercado exportador de referência, mas podemos fazer ainda mais. E a centralização dos direitos televisivos é, sem dúvida alguma, uma decisão certa, de maneira a captarmos atenção externa. E naturalmente é nossa obrigação ajudar a trabalhar neste setor.”


Nuno Botelho, Presidente da Associação Comercial do Porto

“É absolutamente fundamental ter uma cultura de união para internacionalizar. Fazendo o paralelismo com o vinho, existe uma associação vinícola internacional, muito conhecida em Portugal, que tem a capacidade de agregar muitos vinhos de vários países do mundo. Agrega franceses, argentinos, espanhóis e os portugueses não ficam nada a dever a eles. Se queremos internacionalizar teremos de ter uma política comum, tem de existir uma unificação. Isso não significa que andem todos a falar mal uns dos outros. É importante ter uma estratégia única.”

“Parece-me que o futebol deve aproveitar os seus recursos para ser um embaixador do nosso país como forma de catapultar o nome de Portugal. Mas também me parece que tem de haver mais credibilidade e confiança no Futebol português. Em geral muito daquilo que os agentes desportivos fazem não é normal, não vejo em mais nenhuma indústria. São constantes as críticas e acusações. Deve existir uma cultura de união, mas também, repito, de respeito e credibilidade na indústria do Futebol. Uma internacionalização sem gerar confiança ou credibilidade não pode acontecer. O Futebol merece respeito e tem de ser visto com outros olhos por parte dos organismos políticos, mas, também, este mesmo Futebol tem de criar respeito e confiança. O Futebol é importante, mas não é o mais importante das nossas vidas.”


INVESTIMENTO NA INTERNACIONALIZAÇÃO


Tiago Madureira

“Temos investido muito nesta vertente. Quando alguém no mundo, num domingo à tarde, escolher ver o campeonato português, acredito que a primeira razão será a qualidade. Dentro do campo. E nós temo-nos preocupado muito com questões que influenciam a qualidade do jogo. Desde logo os relvados. Assim como a iluminação e a organização das linhas de publicidade. Estamos, por isso, a melhorar o produto audiovisual, sendo que depois dentro do campo ter qualidade é fundamental.”

“Temos um conjunto de mercados nacionais onde podemos crescer, desde logo os PALOP. Ainda assim, um dos grandes poderes de desenvolvimento são os jogadores estrangeiros que estão a jogar na nossa Liga. Temos vários mercados identificados, parcerias fechadas naquilo que podemos controlar de forma a potenciar a nossa Liga e a gerar novas receitas de forma a aumentar o bolo.”


Nuno Botelho

“Todos nós sabemos que não existe nenhum setor de atividade com a capacidade de atração e conteúdos como o futebol. A nível mediático, são 3 os jornais desportivos, inúmeros canais temáticos, generalistas e meios de comunicação que vivem do Futebol e precisam de receitas. O Futebol é um motor para a tração de patrocinadores. Pode ser visto como um aliado crucial de outro setor para gerar receitas. Esta conjugação pode ser uma oportunidade para maximizar ambos os setores. Estas sinergias têm de ser aproveitadas de forma positiva.”


AMBIENTE DO FUTEBOL PORTUGUÊS PREJUDICA PROJEÇÃO INTERNACIONAL?


Fernando Seara

“O problema do Futebol português tem um nome: autenticidade. De vez em quando esta problemática evoluí para impactos na verdade desportiva e na disparidade competitiva, e a verdade é que enquanto esta questão da unicidade do Futebol português não for resolvida será difícil conseguir passar uma imagem apelativa para o estrangeiro.”

“A chave está, sem dúvida, na cooperação institucional. Havendo cooperação institucional, há unicidade, que posteriormente irá culminar num clima de maior autenticidade. Sem dúvida que este cenário potenciará a promoção do Futebol português e, consequentemente, irá resultar numa capacidade muito superior de conseguir vender com sucesso o nosso Futebol no estrangeiro”.


ENTENDIMENTO ENTRE CLUBES


Tiago Madureira

“Na dimensão desportiva, onde os clubes competem, há pouco pensamento estratégico coletivo. É incompreensível que, diariamente, a própria indústria do futebol tire valor a ela própria. Contudo, a perspetiva de que vamos ter um modelo centralizado vai trazer a possibilidade de podermos trabalhar isto de uma forma mais coletiva.”

“Há toda uma possibilidade de comprometimento coletivo. E parece-me que há muitos mais pontos que alinham os clubes do que aquilo que as pessoas percecionam. A capacidade que os clubes têm de se autorregular é muito interessante, eles são muito exigentes com eles próprios. E há, de facto, um alinhamento estratégico profundo maior do que as pessoas conhecem.”


Miguel Farinha

“Só entramos no mundo da centralização daqui a sete anos. Vai dar tempo de preparar esse processo, estamos a pôr a responsabilidade nos clubes e na liga para terem essa responsabilidade. Têm de trabalhar juntos e com a Federação. É necessário que os clubes trabalhem de forma única para o bem do futebol. Os clubes trabalham muito bem com a Liga Portugal para resolver os seus problemas de forma conjunta.”

“Há um problema no topo que passa mensagem de guerrilha, e as pessoas que trabalham na base, trabalham todos muito bem e há um grande entendimento. Não podemos passar o tempo a dar ferroadas no topo, com esse comportamento prejudicamos o futebol como um todo.”


Nuno Botelho

“Apesar de todas as limitações que possam existir, é um setor muito atraente e seria injusto não dizer que tem a capacidade de captar e gerir recursos humanos de excelência e qualificada. Esta profissionalização é evidente. Temos de pensar que isolados não vamos conseguir vencer, este percurso tem de existir, união entre todos. A estratégia de internacionalização tem de passar por isso mesmo, pela unificação.”

“É fundamental aproveitar as ferramentas que o setor tem, positivas e não tóxicas para ser aproveitado. Claro que todos têm de estar abertos a estas uniões e olharem para elas como oportunidades de negócio. A conjugação de setores é muito importante para potenciar outros negócios à boleia do futebol que é o setor mais atrativo de sempre.”


MUDANÇAS ESTRATÉGICAS


Tiago Madureira

“Nós não estamos a falar apenas daquilo que podemos adicionar à experiência do nosso jogo, mas sim como podemos fazer com que selecionem o nosso desporto. É diferente. A F1 é um exemplo muito interessante, que através de um conjunto de conteúdos paralelos às corridas, conseguiu condicionar a escolha de ao fim de semana vermos o espetáculo da F1. O grande problema de raiz é a perceção daquilo que estamos a vender.”

“No ambiente digital, sem a centralização dos direitos, há muita coisa que não podemos monitorizar. Vou dar um exemplo, recentemente, a capa do principal jornal hondurenho era composta por jogadores do Boavista FC e do CD Nacional. E nós fizemos aqui alguns contactos, no âmbito digital, e fizemos algumas ações nas Honduras. Fruto dos atletas hondurenhos, a Liga Portuguesa está a ser mais seguida nas Honduras do que a Liga Espanhola, por exemplo. Nós conseguimos direcionar conteúdo específico para determinados países, pois temos uma equipa digital que faz isso. Mas depois temos de conseguir monitorizar, uma vez que a não centralização impede-nos de dar esse salto. Temos poucos dados. Mas há todo um conjunto de potencialidades e, no mundo digital, nós temos conseguido direcionar alguns conteúdos específicos de jogadores estrangeiros para os seus países de base.”

“Temos um exemplo muito bom na Premier League. Hoje, o Wolverhampton tem muitos portugueses e, para além do investimento muito grande, criou uma área de comunicação só para o território português, fruto do crescimento da equipa. Por exemplo, o Messi também é o Messi e nenhum de nós consome a Liga Argentina por causa dele. Seguimos a Liga Brasileira por causa do Jorge Jesus e do Abel Ferreira. A preocupação é continuar a elevar a notoriedade da nossa Liga.”


Miguel Farinha

“Os jovens já não veem os jogos como nós. Passam o tempo agarrados ao telemóvel e não a ver o que se passa, seja na TV ou no Estádio. A Liga tem feito um bom trabalho e os clubes percebem que têm que se profissionalizar e criar estruturas. Por exemplo já todos apostam nas redes sociais. Temos que atrair os mais jovens e isso passa por atrair novos mercados através do digital. Isso consegue-se com mais estratégias digitais.”

“O Futebol não é como o Futsal que há mais golos e coisas a acontecer, há uma cadência diferente. É preciso mais informação. O futuro passa por darmos mais informação. Vivemos numa sociedade de informação. Temos de trazer mais informação distintiva.”

“Pergunto-me por que não conseguimos trazer ao futebol os dados de outros desportos. Por exemplo, como na F1 em que temos acesso aos batimentos cardíacos, há essa informação, por que não a partilhar com o público? Eu acho que tem de passar muito pelo aumento de informação. Pelo tempo útil, que tem de ser revisto. Há outras medidas que se podem tomar para tornar o jogo mais atrativo.”


Eurico Brilhante Dias

“No México falam do FC Porto e dos mexicanos do FC Porto. No Corona ou no Herrera antes de ir para o Atlético de Madrid. No Irão, as pessoas não têm noção do número de seguidores do Taremi. Em Angola, o Gelson Dala é visto como um autêntico craque. E como estes, muitos outros casos e jogador. E, portanto, é necessária a potencialização e disponibilização de um serviço transacionável, para um cliente específico que tem interesse no futebol português a partir de um ângulo completamente diferente do nosso, que o vemos a partir de um sportinguista, um benfiquista, um portista, um boavisteiro e por aí em diante.”

“E esse potencial está na centralização e depois na produção do serviço e na possibilidade de o disponibilizar, de uma forma muito mais flexível, na Netflix e em todas as plataformas, a partir do telemóvel, com o Facebook, o Twitter, e por aí fora. E isso vai gerar uma explosão de potenciais clientes, que entram no futebol português, por motivos diferentes.”

“A forma de consumir o futebol vai-se alterando de forma progressiva. Eu vejo os jogos durante os 90 minutos. Os meus filhos, que também gostam de futebol, vêm de forma intermitente, com suportes diferentes. E é por isso que a centralização dos direitos e da imagem tem a nível da colocação do produto um potencial único. Porque é a forma de vendermos tudo. O Taremi no Irão, o Dala em Angola, o Porro em Espanha, o Samaris na Grécia, e por aí em diante. E essa forma de olhar vai permitir ter um portfólio de produtos que vai muito além dos 90 minutos de jogo e, por isso, transacionar em muitos mais países, do que à partida seria suposto.”

“Durante muitos anos, o futebol foi demasiadamente masculino. E não há nenhuma atividade económica no mundo que prescinda de metade dos potenciais consumidores. Isso não faz sentido. Economicamente não faz sentido. Por exemplo: só vendo vinho para homens? Ou sapatos? Por isso o potencial de explorar novos segmentos, especialmente onde o futebol penetrou menos, e onde o futebol feminino tem papel, pois cria adeptas e aproxima-as ao jogo, é muito importante.”


O FUTEBOL PORTUGUÊS DAQUI A 10 ANOS


Eurico Brilhante Dias

“Todos nós conhecemos a realidade dos museus do Barcelona e do Real Madrid, duas instituições de dimensão global e com muitíssima notoriedade. E naturalmente esses vivem muito de turistas que visitam essas cidades. Mas eu devo dizer que o Sporting CP, o SL Benfica e o FC Porto, nos seus estádios e museus, também têm muitos visitantes, tanto turistas, como emigrantes que vão de forma religiosa ao Estádio das suas equipas quando vêm, por exemplo, de férias.”

“Daqui a 10 anos, gostaria de ter a possibilidade de ver, por exemplo, na República Popular da China, um jogo da Liga Portuguesa, que fosse visto numa plataforma de Streaming, que fosse visto em função de características muito particulares do interesse de quem vê. E gostava de, nessas circunstâncias, ser um atento espetador, sabendo que, ao meu lado, podia estar outro português, não a ver o jogo que eu estava a ver, mas sim o jogo do seu clube, que jogava à mesma hora, a ser transmitido noutra plataforma de Streaming.”

“E onde nós conseguíssemos, na República Popular da China, estar a ver esse produto e que, a partir daí, conseguir gerar receitas de serviços, que fossem receitas que entrassem na economia portuguesa e que permitissem às equipas portuguesas ser cada vez mais competitivas, do ponto de vista internacional e, ao mesmo tempo, conseguissem aumentar a exportação de serviços.”


QUALIDADE DA FORMAÇÃO DOS TREINADORES EM PORTUGAL


Eurico Brilhante Dias

“Há um episódio que vou aqui revelar. Portugal defendeu galhardamente a candidatura do Engenheiro António Guterres para Secretário-Geral das Nações Unidas. E, como sabem, na Assembleia Geral das Nações Unidas votam todos os países. Cada país tem um voto e todos valem o mesmo, tanto da Alemanha, como de pequenos países, por exemplo do Pacífico, com populações diminutas. Em determinado momento, tivemos um Embaixador que visitou esse conjunto de países para falar bem do Engenheiro e pedir o voto no Engenheiro António Guterres. Como acontece habitualmente, os países pedem apoios para as próprias candidaturas. E há um país em concreto, que naturalmente não vou revelar, que diz que “o que nos dava mesmo jeito era enviarem um treinador português para a nossa seleção nacional.”

“Isto é a ilustração absoluta de como a notoriedade e a nossa capacidade de formar é também um ativo muito importante. E particularmente o Sporting CP, o SL Benfica e o FC Porto, são bons cartões de visita para constituir academias no exterior, para mostrar como preparamos as nossas equipas. Isto para dar uma outra fonte de exportação, que não se trata de exportar os nossos valores, mas sim a tecnologia associada à formação e à qualificação.”


Aceda à síntese da primeira parte do webinar aqui.

Partilhar: