20 de Novembro de 2022

Pedro Mil-Homens: “O ingrediente fundamental do sucesso é a qualidade do talento português”

Painel “Futebol de Formação como Modelo de Sustentabilidade dos Clubes” contou com Pedro Mil-Homens, Cláudio Couto, João Henriques e Luís Gonçalves.

No último dia da primeira edição do Thinking Football Summit, o Arena Stage recebeu o painel “Futebol de Formação como Modelo de Sustentabilidade dos Clubes”, que contou com a presença de Pedro Mil-Homens, Diretor Geral do Benfica Campus, Cláudio Couto, CEO do SC Braga e ainda João Henriques e Luís Gonçalves, treinadores de Marítimo M. e Interclube respetivamente.

Pedro Mil-Homens, homem-forte da formação encarnada, deu o pontapé de saída no painel com, na sua opinião, aquilo que faz dos jovens jogadores portugueses uma referência. “Na minha ótica, o ingrediente fundamental do sucesso é a qualidade do talento português”, referiu.

O dirigente encarnado deixou ainda o seu desejo para o futuro do futebol de formação. “Nós precisamos de um futebol jovem mais saudável. É preciso mais formação e menos estratégia. Não precisamos dos Guardiolas dos Sub-7.”, concluiu.

Cláudio Couto concordou com Pedro Mil-Homens no que toca ao talento português, afirmando que “Portugal tem bastante talento, respira futebol e os miúdos seguem os imensos exemplos de sucesso que foram surgindo ao longo dos anos.”

Quando questionado sobre se esta aposta no talento jovem é o caminho certo, o CEO do SC Braga não teve dúvidas. “Do ponto de vista racional, eu diria que os clubes em Portugal não têm outra saída, que não seja apostar na formação, pelo menos atualmente. Não há capacidade na aquisição e depois há a pressão constante para equilibrar os resultados operacionais.  Eu julgo que os clubes devem continuar a apostar naquilo que tão bom tem, que é o talento e os técnicos habilitados para potenciar esse talento.”

O timoneiro do Marítimo M., João Henriques, partilhou a sua visão relativa ao tema do painel, introduzindo na discussão a sua perspetiva enquanto treinador. “Muitas vezes, o resultado está sempre acima de qualquer tipo de projeto. Tudo o que demora mais tempo a construir também será mais duradouro, se for bem feito.”

“Mais estabilidade para os treinadores trabalharem”, foi este o desejo de João Henriques em relação ao futuro do da formação e do Futebol em Potugal.

Por fim, Luís Gonçalves, atualmente a treinar em Angola e com experiência acumulada em países africanos de língua portuguesa, destacou a necessidade de reforçar a ligação entre os clubes portugueses e esses países. “Há muito talento em África, mas as infraestruturas não são as mesmas e a organização também não. Os clubes portugueses deveriam apostar na ligação histórica que existe de uma forma muito vincada. Seria vantajoso fazer essa aproximação, pois talento existe em todo o mundo, mas é preciso descobri-lo”.

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