O Thinking Football Summit 2022 arrancou em grande estilo e prosseguiu, esta sexta-feira, com um debate entre antigos Secretários de Estado da Juventude e do Desporto: Laurentino Dias, Emídio Guerreiro, João Paulo Rebelo e Hermínio Loureiro.
Sob o tema ‘A Realidade do Futebol Profissional (Financiamento e Competitividade) - A Minha Experiência’, Laurentino Dias deu o pontapé de saída na conversa, explicando que deveria existir “maior colaboração entre responsáveis políticos e desportivos”. “Não deve haver separação, mas sim respeito mútuo e entendimento pelo progresso e prestígio do Futebol português”, começou por dizer.
Por outro lado, mostrou ainda preocupação com o “gigantismo de organizações, como a UEFA ou FIFA, em alimentar as competições que promovem, sobretudo a nível financeiro, condicionando as federações e associações dos países”.
Emidio Guerreiro, por sua vez, sublinhou a importância que também deve ser dada às modalidades com menos expressão, assim como os apoios que devem existir para que possam crescer na sociedade atual.
“O Futebol tem uma predominância enorme no panorama desportivo, beneficiando os maiores protagonistas, ou seja, os jogadores. Há que criar infraestruturas para potenciar a qualidade que temos. Devem existir mais apoios, não tanto para desenvolver o futebol, mas as outras modalidades. Colocar o desporto, na sua globalidade, na agenda política e dar-lhe mais palco”, referiu, no Arena Stage
Já João Paulo Rebelo dissertou sobre uma questão absolutamente fraturante no desporto atual: os direitos de transmissão audiovisuais. “O Futebol movimenta elevadas quantias, sendo necessário encontrar maior competitividade. Os diretos de transmissão televisiva são um fator crucial para essa melhoria, dado que são a maior fatia do bolo nas receitas das Sociedades Desportivas”, explicou, reforçando a sua teoria:
“Por outro lado, deve existir uma maior cooperação entre todos os agentes para que o Futebol português seja ainda melhor e que se aproxime das maiores ligas europeias.”
Por fim, Herminio Loureiro elogiou o trabalho de base que é feito em Portugal até ao Futebol Profissional, apesar da falta de apoio da classe política. “Fazem se autênticos milagres e os intervenientes são autênticos heróis. O Futebol, excetuando quando se ganha, não é bem tratado pela política. O Futebol português precisa de financiamento público, seja em requalificação de infraestruturas, nos apoios ao futebol de formação ou a jogadores e treinadores”, concluiu.
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